
Acordamos e após o café saí para conseguir alguns pesos, o efectivo argentino estava alarmando nível baixo e nunca se sabe quanto se pode precisar.

Abastecida a moto passamos na BMW de Córdoba para conseguir o material para a revisão pós-viagem. Hoje pela primeira vez resolvi testar a GoPro no modo foto automática, onde uma foto é batida a cada intervalo de tempo pré-determinado. Algumas delas estão nesta postagem (foram 3 mil ao longo do dia).

Pegamos estrada com destino a Quaraí.
A idéia inicial era rumar até Resistencia para evitar problemas com a Policia Camiñera no entorno da Ruta 14 e arredores de Paso de Los Libres em Corrientes e Entre Rios. É duro falar que tal órgão tem problema de maneira genérica, mas o fato é que faz anos que os fatos se repetem e independente de reportagens e denúncias as autoridades locais nada fazem de efetivo para extirpar esse câncer.
Olhando o mapa cheguei à conclusão que a aproximação do Brasil poderia ser pelo sul por estradas não próximas à área problemática.

A ruta 14 seria um mero entroncamento na altura de Concórdia.
De fato a opção de entrar pela rota menos turística se mostrou acertada. Não fomos parados nem uma vez. Cabe aqui ressaltar que não somos contra a fiscalização, muito ao contrário ela promove a segurança pública e deve ser uma prática comum. O problema é o dissabor que a coima, de certas áreas específicas da Argentina , causa em qualquer pessoa.

A Su passou pela primeira vez no túnel entre Santa Fé e Paraná.

Apesar da grande quantidade de núcleos urbanos a viagem rendia muito bem. Chegamos no horário previsto em Concórdia.


Fizemos os tramites alfandegários entre Concórdia e Salto já escurecendo. Nas instalações da aduana a Suzete foi advertida por outras mulheres sobre o perigo dos “ratones”, que viemos a saber se tratarem de ladrões da estrada na direção de Quaraí. O fiscal da receita Uruguaia me orientou a tomar cuidado com os animais soltos a noite.
Na saída de Salto havia uma viatura da polícia camiñera e resolvi parar para perguntar sobre os tais “ratones”. O policial me disse para ir com cuidado pois havia alguns trechos em obras mas quanto a bandidos falou que não havia perigo.
Segui tranqüilo mas uns 30 quilômetros depois havia sobre a rodovia, exatamente na minha faixa de rodagem 3 pedras empilhadas exatamente no meio da faixa. As pedras tinhas altura suficiente para danificar até mesmo uma caminhonete. Graças aos bons faróis da GS Adventure consegui ver com antecedência suficiente para desviar.

Sem querer contrariar os policiais uruguaios eu só conheço um motivo para alguém colocar pedras daquela maneira sobre uma rodovia. Por isso recomendo: prestem atenção sempre, mesmo não estando no nosso violento Brasil este tipo de problema existe em qualquer lugar e sempre procurem conversar com os habitantes locais.
Ultrapasssada esta surpresa descobrimos que as pequenas reparaciones da estrada eram na verdade arrancar todo o asfalto e refazer a estrada. Não foi agradável a experiência de cascalho solto, a noite, carregado e com a ameaça dos ratones.
Depois de 200 quilômetros noturnos com alguma habilidade e muita sorte chegamos bem à Quaraí, no nosso Brasil. Fomos dormir no conhecido e habitual Fenic, o melhor hotel da cidade.

deslocamento do dia: 901 km
total da viagem 6397 km