quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Dia 28 – Cochrane a Villa O’Higgins, via Caletta Tortel








Depois de um excelente café da manhã peguei a estrada as 7:30.
A idéia inicial era ir até Villa O’Higgins e retornar no mesmo dia para Calleta Tortel.
Mas no meio do caminho havia a chuva. Oras é como diz o ditado: No rain, no rainbow! E onde estava o dito cujo? O belo arco-íris se mostrou na encruzilhada dos caminhos a Porto Yungay ou Tortel, se abrindo sobre o caminho para Calleta Tortel.
Justamente onde eu buscava fiquei em dúvida sobre o caminho estava o convite para a pitoresca cidade.
E me coloquei a caminho de Calleta Tortel para observar seu casario de madeira, suas passarelas e escadarias.
Fica a dica aos que vierem por essas bandas. Dêem preferência a dormir em Tortel, muito mais bonito e atraente do que Cochrane e a pouca distância desta cidade.
Passeio rápido pela cidade e rumo a balsa de Porto Yungay para Rio Bravo.
O estado da carretera está muito bom, desde o início, mesmo com as obras: rípio para 5ª marcha! Mas acontece que veio a serra e numa das curvas deu para não ver o final do abismo, abismo para 7 palmos de terra. Como uma vez em Rivera uma cigana muito estranha leu minha mão e falou que eu viveria até os 97 anos e ainda não me cobrou nada ou pediu qualquer coisa resolvi colaborar com a visão da cigana, pois dizem que dá muito azar contrariar predições de ciganas que não cobram. Baixei duas as vezes 3 marchas.
Depois de Tortel, o rípio continuava bom. A estrada deslumbrante com muitas cachoeiras, rios despenhadeiros e curvas.
Para que não conhece, abaixo de Cochrane, a Carreteira Austral é uma estrada de rípio com uma única faixa de rodagem. Parecida com muitas estradas rurais brasileiras. O trilho aqui é muito bem marcado e as obras de arte (pontes e contenções de encosta e canais de drenagem) estão concluídas.
Mas numa dessas estreitas curvas, ladeado por uma ribanceira, vinha na em sentido contrário uma Hylux com placas da Argentina. Ora a física é simples, dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. O ensaio de frenagem derrapagem dele foi curto. O meu longo. Ele desistiu de frear ao ver que o prejuízo seria pequeno. Eu tinha de frear.
E aí foi um olho na ribanceira e outro no hijo de huta! E lá me fui eu com La Poderosa II em direção ao desconhecido. Anjo da guarda de plantão: consegui achar uma parede/rampa de pedras deixada pelas obras e parar nela. Foi a sorte porque já pensava em pular da moto. Aliás ela caiu e arranhou a lateral do bauleto esquerdo. Eu nada sofri, foi só a técnica decidida no dia anterior, como a roda dianteira foi para o alto a distância do chão aumentou e decidi não arriscar uma lesão. Parei, respirei 35 vezes, pensei com carinho no motorista e agradeci por estarmos bem(viram como vale colaborar com acigana?). Levantei a moto.
A viagem continuou tranqüila até a balsa e depois dela até O”Higgins (www.voh.cl/web). Mais alguns quilômetrose estava no final da Carretera Austral.
Uma pequena e simpática cidade, centro de ecoturismo e travessia para El Chaltein na Argentina, travessia essa só para passageiros no máximo bicicletas..
Foi um grande susto hoje. Mas fui protegido e tudo deu certo.
De tudo tiramos reflexões até mesmo destas situações de quase...quase... risco grave. Como é bom estar aqui e poder continuar em nossa busca por ser melhor. Só isso justifica este apoios miraculosos, estes verdadeiros pequenos milagres que recebemos no dia a dia.
No mais muita chuva, era água que não acabava mais..
O destaque do dia ficou para a roupa Rallye da BMW que foi usada sem capa externa. Chegou suja, mas mesmo após cinco horas de água forte eu estava seco.
A supresa do dia foi encontrar o Gustavo, de Passo Fundo, último remanescente dos três ciclistas brasileiros que encontramos em San Martin de Los Andes 20 dias atrás. O cara estava uns 10 quilos mais magro e perseverando em sua jornada rumo a Ushuaia

Na cidade fiquei no El Mosco (www.patagoniaelmosco.com), um Albergue/Hostal muito legal indicado pelo Sr. Hugo. Descobri que Gaudérios já haviam estado por lá.
Total do dia 276 km.

Ps.Amor, sigo com cuidado e saudades

6 comentários:

  1. muitos bons os ultimos relatos, tá com mais tempo né....

    linda a viagem, também achei calleta tortel de tirar o folego.

    quanto a viagem, te cuida na chuva meu e, conforme já dito pelo teu amigo aqui, baixa marcha, para de economizar gasosa e rodar em quinta marcha em ripio molhado companheiro... heheeh tu sabe bem disso né...


    abraçao Charles, te cuida guri...

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  2. Blza Charles!
    Sabia que vc iria gostar de realmente chegar ao final da Carretera Austral! Na verdade a Vila H'Higgins é símbolo para nós aventureiros, embora pequina, simples, sem muitos recursos, mas nos passa um sentimento de conquista, de satisfação, de prazer, de bem estar que só quem chega de pilotando moto ai pode realmente falar disso. E vc pode! Parabéns meu caro. Essas quedinhas fazerm parte e os anjos de guarda sempre estão apostos para amparar quem os esta diposto a levá-los na garupa. Ei, eu já havia recomendado o El Mosco para vc, incluisve falei que o dono sabe tudo do paso Mayer, e como te falei, é inviável por enquanto para moto ou caro. Lá é cavalo, junta de boi, bici e a pé.... hehehe Siga com a proteção do Supremo Criador! Fraterno motoabraço - Renato Lopes

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  3. O guri esta viagem esta longa de massss.
    Vuelte logo, pos te queremos mucho.
    Um longo abraço
    teu pai

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  4. Sera q em 2012 ja passa em passo mayer?

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    1. Que eu saiba continua no mesmo estado. Isto de colegas que estiveram por lá agora em Maio. Quem pergunta?

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  5. Cruzei o apso mayer de jipe em setemnbro de 2012, se alguem tiver duvida escreve no brusinha@hotmail.com
    Precisa de um 4x4 alto e c snorkel por causa do rio, cruzei sozinho, mas é loucura, no minimo 2 carros. e uma autonomia de 400km em combustivel. Thiago

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