Acordei tarde; arrumei a bagagem pela última vez. Saí de Livramento e só vim colocar os pés no chão novamente na loja do nosso amigo Beto Marshall (www.hypermoto.com.br ). Cansaço, nem pensar. A alma está renovada.
Beto foi um dos grandes incentivadores da minha volta ao mundo das motos. Sempre paciente foi ímpar em me assessorar na escolha de equipamentos e em me apresentar ao fantástico Grupo VStrom Brasil.
Cheguei tranqüilo e pensando em toda essa caminhada.
Em como Deus está em cada passo da mesma.
Desde meus pais, Charles e Celina, que me criaram forte de corpo e mente para suportar a tudo. Em fazer se aproximar de mim os amigos que me estimulam e desafiam. Muitos: seja no trabalho, na vida acadêmica, no mundo das motos. São tantos que certamente cometo injustiça deixando de citá-los um a um. Sintam-se todos citados aqui nos seguintes nomes: Felipe Klein a quem eu deixei na mão em novembro e ainda assim não poupou esforços em me orientar como precursor insubstituível; Marcos, Antonella e Vitor (todos Catânia) que foram pacientes em suas orientações – valeu muleke, seja bem vindo a este mundo – e dicas insubstituíveis e ao me lembrar como era a fé do Beto Marshall em nosso êxito; ao Marcelo Resende, meu “irmão” mineiro (separados no nascimento) que respondeu a todos os meus questionamentos sobre equipamentos e motos com paciência de quem é só da família e mora longe pode ser capaz (tornou viável esta expedição) e ainda Renato Lopes, colega de profissão e motociclistas (em ambos os campos com experiência e sabedorias infinitamente superior a minhas) leitor assíduo deste blog e como por dizer um preceptor impagável que com palavras bem medidas (dom natural) me balizou limites e me ajudou a enxergá-los como são, inerentes a mim e não motivo de vergonha; ao Andrei Minuzzo que me acompanha sempre e foi e será meu batedor. Deus continua presente em tudo e muito mais mas não poderia deixar de agradecer a ele ter feitos os riscos de seus planos trazerem até mim Suzete parceira de vida e esposa que me permite a fazer tudo isso! Valeu Senhor!!!
Na chegada o camarada Joadir, mecânico, de motocicletas, de mão cheia, com uma das oficinas mais bem montadas de Porto Alegre, me olhou com a roupa usada todos esses dias, a barba de todos esses dias e me disse que estava parecido com um conquistador voltando ao lar. Fiquei pensando sobre isso e acho que ele tem razão. O aspecto deve ser esse mesmo. É assim que me sinto, um conquistador voltando de sua campanha de batalhas, da guerra. O espólio que trago não se troca em ouro ou terras. Este são as amizades as experiências acumuladas a convivência intensa com a Suzete, comigo mesmo e La Poderosa II, com a estrada.
Já escrevi antes aqui e vou fazer de novo. Uma viagem dessas não é barata o custo é a mudança, ninguém volta o mesmo de 35 dias de estrada, dessas estradas, percorridas dessa maneira. Ela cobra o seu preço.
Esse blog não termina aqui. Segue!
Da viagem especificamente ainda vou falar sobre os equipamentos, os pneus e a moto e algo que tenha ficado em branco dos dias anteriores.
Agora é aproveitar a casa, curtir a família e voltar a outro prazer, meu trabalho.
Total do dia 500 km sem colocar os pés no chão.
Total da viagem: 13719 km em 36 dias, com segurança e prazer, pés no chão e a cabeça em meus sonhos.